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A agonia dos córregos de Pilar do Sul

  • Foto do escritor: O Jornal
    O Jornal
  • 26 de jan. de 2017
  • 2 min de leitura

Vários córregos serpenteiam por Pilar do Sul. Têm nomes poéticos e significativos: Córrego do Peixinho, da Passagem.

Às suas margens, certamente, os nativos faziam suas ocas, pescavam, caçavam; aventureiros que por aqui passavam, descansavam da viagem, lavavam as roupas, banhavam-se, cozinhavam os alimentos, abasteciam seus galões e dormiam embalados pelo som da água cristalina escorrendo pelo leito, livre, contornando pedras, formando pequenas cascatas.

Imagino estas cenas perdidas na memória coletiva do povo que aqui vivia e daqueles que deram início ao vilarejo. Assim descritas, se assemelha a um lugar idílico, com fartura de água, onde a vida viceja...

Isso nos antigamente. Porque hoje os córregos de Pilar do Sul agonizam pelo descaso do poder público e da população.

As margens dos córregos tornaram-se locais onde são descartados restos de construção e toda sorte de materiais. No leito do córrego toda sorte de lixo produzido pelos humanos são jogados, estrangulando e contaminando a água que, teimosamente, resiste.

Neste janeiro do ano 2017, as benéficas chuvas chegaram para refrescar e abastecer nascentes, mas trouxeram, também, as enchentes que alagaram casas e ruas nas beiras dos córregos de Pilar do Sul. Assoreados, os córregos vomitaram o que lhes causa agonia: a lama, o lixo, o entulho de construção, as embalagens de plásticos, como que devolvendo à população o que os levará à morte.

Em um desses córregos, quando fui fazer fotos, um carro parou e deles desceram duas pessoas. Abriram o capô e começaram a jogar restos de construção na margem do córrego. Fui até eles e quando lhes disse que não deveriam descartar os entulhos no local, um deles respondeu: “É só um pouquinho!” Eu disse a ele que o “pouquinho” dele iria se juntar a outros “pouquinhos” que já estavam lá...

É de pouquinho em pouquinho que degradamos o meio ambiente. Desmatamos “só um pouquinho”, poluímos “só um pouquinho” fazendo queimadas... E assim, vamos matando (e nos matando!) aos pouquinhos. Assim foi com os grandes rios (Piracicaba, Tietê, Sorocaba, Turvo), assim é com os córregos, arroio ou ribeiro, enfim, um pequeno rio que passa por vários lugares, encantando-nos.

Não sei se ainda poderemos salvar os córregos de Pilar do Sul! Poderíamos, porém, deixar de contribuir para a sua morte, limpando-os, reflorestando suas margens, proibindo o descarte de lixo em seu leito. Quem se habilita?

Geni Alves dos Santos

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